quinta-feira, 26 de abril de 2012

Amanhã tem show dos racionais...




É o encontro de uma caminhada que começou lá em 2005 quando por uma brincadeira do destino de só ter passado na usp e uma certa vontade tímida de cair no mundo eu vim parar em São Paulo.

Foram difíceis os obstaculos simbólicos...Se os financeiros foram sempre aliviados pela generosidade dos meus país, as exigecias da cidade grande bateram na cara da bobona do interior...
Sempre competitividade, pessoas qualificadas, boa formação e habilidade pra chegar primeiro em todos os lugares, até numa mesa de bar.

O que transbordou em (in)formação na maior universidade da America Latina, e disso eu não posso reclamar, faltou em algo que eu não conseguia saber explicar.
Quantas saídas e caminhadas e tentativas pela cidade fantasia....central, ilusória....fetichizada.

No fim desse período, entrar na sala de aula de uma escola pública reascendeu o que eu havia deixado no interior e adormecido nos cinco anos bem vividos da graduação: a realidade.

E depois do choque era preciso buscar lugares e pessoas que ajudassem a fazer essa ponte de tudo que parecia fazer sentido com a simplicidade.

E aí veio a periferia, o rap...
E aí veio o que talvez já existia mas tava faltando.

E agora...com a uma companhia mais do que especial, tudo fará sentido, e com certeza será mais gostoso!




domingo, 1 de abril de 2012

Congresso internacional do medo



Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

                                                    Carlos Drummond de Andrade.

terça-feira, 27 de março de 2012

e a ponte vem...


Léo, menino Léo...peste que a um ano e meio me acompanha, me intriga, me cansa e me sorri, todos os dias.
Como eu pensei hoje no que fazer pra enfim te alcançar. Quase desistindo.
Expansivo, gritante, fechado.
Quanta energia,  que se canaliza vai saber onde. Talvez de onde venham os motivos, os tantos problemas que te impedem de se sentir parte dessa instituição fechada que ainda é a escola.
O que fazer com vc Léo?


E quando a noite vem, um suspiro de longe, da prima do interior, que não só cresceu junto, mas agora caminha junto!
Um suspiro de ideia, de experiência, de sensibilidade.
A música!

Educadores sensíveis, sofrem, se perdem, mas nunca estão sozinhos...
E juntos sempre arranjam mais um espaço pra sonhar.


segunda-feira, 26 de março de 2012





Me sinto leve quando falto dos meus compromissos e passo a tarde caminhando, sentindo o cheiro da tarde, ainda mais essas de sol como a de hoje. 
Ou então, escutando em um bar aberto algum programa de sempre na televisão e lembrando das minhas tardes de criança...que nunca tinham fim. 
Nem tempo pra tudo, pra TV, pro sofá, pra proxima brincadeira que eu iria inventar, pra rua, pra espera da chegada do meu pai no fim do dia.
Não que a possibilidade de construir uma vida comum, me desanime. É uma delicia receber o salário no fim do mês, participar de algumas rotinas, aprender, mesmo que na luta de uma profissão desgastante os sabores de ensinar alguém se ensinando.
Mas na cidade cinza tudo se intensifica. E chega uma hora que é preciso dar ouvidos ao que sua alma não quer se acostumar.
Venho pensando, no preço de tudo, no esforço desmedido e nos tempos que sobram pra lembrar do prazer...pra se lembrar do que mesmo dá prazer...
No preço das pessoas distantes, da vida sozinha, dos quartos...


No sentido de uma vida tranquila, com tempo pra respirar de verdade e não dormir sempre e toda hora que te sobra.
Uma vida que acontece quando a alma volta, e se pode sentir...