segunda-feira, 26 de março de 2012





Me sinto leve quando falto dos meus compromissos e passo a tarde caminhando, sentindo o cheiro da tarde, ainda mais essas de sol como a de hoje. 
Ou então, escutando em um bar aberto algum programa de sempre na televisão e lembrando das minhas tardes de criança...que nunca tinham fim. 
Nem tempo pra tudo, pra TV, pro sofá, pra proxima brincadeira que eu iria inventar, pra rua, pra espera da chegada do meu pai no fim do dia.
Não que a possibilidade de construir uma vida comum, me desanime. É uma delicia receber o salário no fim do mês, participar de algumas rotinas, aprender, mesmo que na luta de uma profissão desgastante os sabores de ensinar alguém se ensinando.
Mas na cidade cinza tudo se intensifica. E chega uma hora que é preciso dar ouvidos ao que sua alma não quer se acostumar.
Venho pensando, no preço de tudo, no esforço desmedido e nos tempos que sobram pra lembrar do prazer...pra se lembrar do que mesmo dá prazer...
No preço das pessoas distantes, da vida sozinha, dos quartos...


No sentido de uma vida tranquila, com tempo pra respirar de verdade e não dormir sempre e toda hora que te sobra.
Uma vida que acontece quando a alma volta, e se pode sentir...




Um comentário:

  1. O começo é assim mesmo, mas para perder o medo é necessário escrever... Sem parar.
    Parabéns pelo texto Ariane, ele é viceral, verdadeiro e sutil. A todo momento demostra uma pessoa sem dizer quem é, e isso é da hora na literatura.
    Tamo junto e misturado.
    Abracios e continue assim.
    Ficou FODA DEMAIS.

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