que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade.
tinha que ter sua foto recitando ele, foi lindo!
ResponderExcluirhttp://www.facebook.com/photo.php?fbid=201544756625963&set=a.188444717935967.40314.100003113215074&type=1&theater
ResponderExcluirEspero, de verdade, que o Congresso Internacional do Medo não paralise a angústia boa - aquela que não nos silencia, mas sim exige a nossa reflexão e movimento.
ResponderExcluirTalvez, só talvez, o Drummond queira dizer algo que apenas a arte pode expressar - e não essas minhas palavras confusas e que estão soluçando para esboçar uma tentativa de entender o medo e sua crônica. Talvez, mesmo, o melhor seja recitar esse poema - em voz alta e para mais pessoas.
Parabéns pelo blog - que é uma outra de dizer "parabéns pela coragem de dizer ao mundo o que tem de ser dito".
Beijos.